Após quase dois anos de debates intensos, uma certeza emerge: a inteligência artificial generativa não é uma tendência passageira, e seu potencial é tão vasto quanto inexplorado. Com a capacidade de acelerar a automação, aumentar a produtividade, fomentar a inovação e elevar a qualidade do trabalho, bem como a experiência de funcionários e clientes, a IAGen se consolida como um recurso indispensável para empresas que almejam um futuro competitivo.
Apesar do frenesi em torno do assunto, uma pesquisa da McKinsey chocou ao mostrar que os funcionários estão à frente de suas organizações na adoção dessa tecnologia. Isso mostra uma dissonância preocupante: enquanto os colaboradores abraçam a IAGen como um recurso em suas rotinas, algumas empresas ainda se mostram hesitantes em adotar práticas com alto poder rentável.
Para virar esse jogo, organizações devem repensar a tecnologia, abordando-a de forma holística e entendendo que a inteligência por si só não cria valor, porém, se aplicada de forma estratégica, ela pode transformar modelos operacionais, reimaginar funções e reforçar mudanças por meio de uma governança robusta e infraestrutura adequada.
Adoção pelos colaboradores: a nova era chegou
A pesquisa da McKinsey mostra que 91% dos funcionários entrevistados utilizam a IAGen no trabalho e estão entusiasmados com o potencial da tecnologia. A maioria acredita que as ferramentas de IA poderiam melhorar significativamente sua experiência de trabalho, ajudando a aprimorar suas habilidades.
Em contraste, a maturidade organizacional no uso da IAGen é surpreendentemente baixa. Apenas 13% das empresas entrevistadas implementaram múltiplos casos de uso, classificando-se como early adopters. Neste grupo, a proporção de usuários intensivos — aqueles que utilizam as ferramentas diariamente — é maior, resultando em ganhos substanciais de produtividade, o que zero nos surpreende.
A Nova Fronteira Estratégica
A adoção tecnológica, por si só, nunca criou valor sustentável. Sendo assim, para capturar o potencial total da inteligência artificial, empresas devem alinhar a sua implementação à oportunidades claras de criação de valor e resultados mensuráveis.
Ou seja, o que os early adopters fazem é basicamente utilizar a ferramenta de forma alinhada às suas estratégias de negócios. E é exatamente isso que sua empresa deveria estar fazendo.
Ao adotar uma mudança ampla em seus modelos operacionais, sua empresa permite que novas tecnologias impactem o desenvolvimento de produtos, o marketing e o atendimento ao cliente, oferecendo uma transformação que integra múltiplos casos de uso dentro de um único fluxo de trabalho ou função.
No desenvolvimento de software, por exemplo, a IAGen pode reduzir o tempo de entrega de produtos de maior qualidade para dias, em vez de meses. No marketing, pode permitir a personalização verdadeira em escala; enquanto no atendimento ao cliente, transforma equipes em centros de encantamento, antecipando questões e oferecendo novos produtos a custos reduzidos.
Reimaginando Talentos e Qualificações
As implicações da tecnologia para a gestão de talentos e necessidades de habilidades são vastas. Com seu potencial para acelerar a automação e transformar modelos operacionais, a IA impacta drasticamente os papéis e as habilidades exigidas pelas organizações.
As empresas devem adotar uma abordagem dinâmica para o desenvolvimento de talentos, focando em capacitação e requalificação. A contratação por si só não será suficiente para preencher as lacunas de habilidades. Mas esse já é papo para outro artigo.