A inteligência artificial avança rapidamente, transformando indústrias inteiras e alterando o panorama do mercado de trabalho. Funções rotineiras e estruturadas, como entrada de dados, atendimento ao cliente básico e trabalhos de linha de montagem, estão especialmente vulneráveis à automação. Contudo, essa mesma tecnologia que ameaça certas ocupações também oferece oportunidades significativas para requalificação profissional e desenvolvimento de novas habilidades nas empresas.
Um estudo de 2022 do MIT Center for Information Systems Research revela que cerca de 38% dos trabalhadores precisarão de uma requalificação substancial ou substituição nos próximos três anos, para atender às crescentes demandas do mercado.
Esse dado destaca a urgência de investimentos em treinamento, com um foco particular em habilidades relacionadas à IA e análise de dados, áreas de alta demanda.
Empresas na Vanguarda da Transformação Digital
A Johnson & Johnson é exemplo de uma empresa na vanguarda dessa transformação: utilizando IA em um processo chamado “inferência de habilidades“, a empresa analisa dados dos funcionários para avaliar competências e identificar lacunas de habilidades.
Este processo compreende etapas como a definição de uma taxonomia de habilidades futuras, a seleção das melhores fontes de dados para coleta de evidências dessas habilidades, e uma avaliação objetiva das competências dos funcionários. Esse esforço não só preenche as lacunas atuais, mas também prepara a empresa e seus colaboradores para o sucesso a longo prazo.
A IA como Ferramenta de Requalificação
Com a automação de funções como tradução básica, design gráfico de nível inicial e certas tarefas fotográficas, empresas devem focar em como empregar a IA não apenas para substituir empregos, mas para ampliar e aprimorar as capacidades de seus funcionários.
Em outras palavras, ferramentas de IA que facilitam o desenvolvimento de habilidades complexas e estratégicas podem transformar empregos em risco em oportunidades para um avanço de carreira mais profundo e gratificante.
Nick van der Meulen, cientista de pesquisa do MIT, ressalta a importância de olhar além da automação pura. Ele sugere adotar uma abordagem que valoriza uma “treliça de carreira”, apoiando os funcionários em movimentos laterais ou transições para novas funções que demandam habilidades especializadas.
Esta abordagem inclui a promoção de aprendizado contínuo e oportunidades de aplicação prática das novas habilidades. Exatamente o que estamos falando aqui.
Planejamento Estratégico e Investimento no Potencial Humano
Navegar por essas mudanças exige um gerenciamento atento e um planejamento estratégico que não apenas antecipem as mudanças tecnológicas, mas também se comprometam a investir no potencial humano. Este compromisso não só prepara os trabalhadores para as demandas futuras da economia, mas também permite que as empresas mantenham uma vantagem competitiva em um mercado que está evoluindo rapidamente.
Não existe nenhuma lei da natureza que diga que a IA vai destruir empregos humanos. Com visão estratégica e investimento em capital humano, podemos usar essa tecnologia para criar um futuro de trabalho mais inclusivo e dinâmico.