Vamos falar de um assunto que muitas vezes fica à margem das discussões estratégicas nas empresas: o envolvimento no desenvolvimento comunitário e econômico local. Esse não é apenas um gesto nobre, mas uma jogada inteligente para negócios que buscam se destacar e prosperar em um mercado cada vez mais complexo e competitivo por meio da inclusão cultural.
Kate Isaacs, professora sênior do MIT Sloan, trouxe insights valiosos durante um recente encontro com 70 líderes empresariais e acadêmicos, e eu vou compartilhar alguns deles com você. A ideia é simples: ao fomentar o crescimento local, sua empresa também se beneficia direta e indiretamente.
“Como líderes, todos nós queremos ver a economia local prosperar, pois isso é benéfico para nossos negócios. E para aqueles líderes que desejam deixar um legado maior que sua própria existência e a de suas empresas, isso significa investir no potencial das pessoas e dos locais”, explica Isaacs.
Diversidade Cultural: O Novo Padrão de Excelência
Com as transformações no mercado de trabalho, as empresas que adotam a diversidade cultural, social e de gênero não só atraem talentos mais variados, mas também aumentam sua criatividade, motivação e, claro, seus resultados.
Uma cultura organizacional inclusiva e respeitosa é um ativo valioso que não deve ser subestimado. Isso se alinha com o que Gary A. Bolles, diretor do futuro do trabalho da Singularity University, destaca: “Os profissionais precisam do mindset e das habilidades necessárias para liderar em meio a incertezas e mudanças constantes.” A diversidade é uma dessas habilidades mais relevantes para navegar um mercado em constante evolução.
Construa uma Escada para Sua Grande Visão
Isaacs sugere uma abordagem incremental para alcançar grandes objetivos. Identifique um problema específico e visualize o resultado final. Estabeleça metas intermediárias – como os degraus de uma escada – que ajudam a avançar em direção ao objetivo principal.
É essencial comunicar de maneira clara como cada pessoa pode contribuir em cada etapa, especialmente quando se trata de incluir grupos minoritários como negros, pessoas com deficiência, LGBTQIA+, mulheres, pessoas de terceira idade, imigrantes, entre outros.
Ela cita o exemplo do desafio lançado por John F. Kennedy para que os EUA chegassem à Lua antes do final da década de 1960. Em vez de tentar um pouso tripulado logo de cara, a NASA começou com o Projeto Mercury, progrediu para o Projeto Gemini e, por fim, realizou o Projeto Apollo.
A Importância de Celebrar Pequenas Vitórias
Um erro comum dos líderes é apenas avaliar processos quando algo dá errado. Outro é esquecer-se de celebrar pequenas vitórias, que muitas vezes são tudo o que se tem no início de um esforço complexo de mudança.
Implementar verificações pré-planejadas incentiva os líderes a refletirem sobre se estão atingindo os objetivos pretendidos e se o investimento está rendendo como esperado. “Seja realista quando não atingir as metas, mas também seja realista sobre o progresso que está fazendo”, aconselha Isaacs.
Aja com Curiosidade e Capacidade de Interpretação
Uma vez estabelecidos visão e propósito, os líderes devem se aproximar da comunidade local com a intenção de ouvir e entender o contexto em que a comunidade opera. Essa abordagem permite que os líderes ouçam diretamente dos membros da comunidade sobre suas realidades e preocupações antes de sugerir soluções.
Não existe uma solução única para todos os contextos. Cada empresa e comunidade têm suas peculiaridades, e os planos devem ser adaptados para refletir a história local, a cultura e os ativos da comunidade.
Traga as Pessoas Certas para a Discussão
A pessoa ideal para liderar o desenvolvimento comunitário e econômico é alguém que possui credibilidade e influência, cultiva relacionamentos, ajuda a mediar quando a confiança vacila e possui a paciência para impulsionar mudanças de uma maneira centrada no ser humano e alinhada com os valores da comunidade.
“Envolvimento é uma conversa entre você e o mundo”, diz Isaacs. “Tudo se resume a ser claro sobre suas paixões e competências, sem simplesmente impor suas grandes ideias ao mundo. Quando você realmente escuta o que as pessoas querem e precisam, isso desperta sua própria criatividade, e a solução acaba sendo melhor no final. Trata-se de líderes empresariais e comunitários cocriando o futuro.”
A Liderança do Futuro e a Exponencialidade dos Negócios
Segundo Reynaldo Gama, CEO da SingularityU Brazil, “Liderança não é um cargo, é uma atitude”. E o futuro do trabalho exige novas formas de colaboração e liderança, fugindo das hierarquias rígidas e métodos tradicionais.
“As pessoas estão cada vez mais desconectadas, não apenas do trabalho, mas umas das outras”, destaca Rocha. Portanto, o caminho para um futuro sustentável e inovador é a colaboração e a integração da tecnologia de forma estratégica, assim como justamente a integração dessa visão mais diversa.
Sem dúvida, esse é o caminho para integrar sua empresa no desenvolvimento da comunidade e economia local, transformando diversidade cultural organizacional em um pilar estratégico para o sucesso sustentável; alinhando-se às tendências de liderança e inovação que estão moldando o futuro dos negócios.