A inteligência artificial continua evoluindo em ritmo acelerado — e os sinais dessa transformação estão em todos os lugares. Nas últimas semanas, vimos grandes empresas investindo em marketplaces de agentes autônomos, novos modelos de IA superando recordes de capacidade, e discussões crescentes sobre os impactos éticos, sociais e cognitivos dessas ferramentas. Ao mesmo tempo, organizações lançam programas de capacitação em IA e o setor financeiro incorpora soluções automatizadas em larga escala.
A seguir, você confere os principais destaques do Radar Templo e os impactos que cada movimento pode gerar nos próximos meses.
Marketplaces de agentes autônomos ganham força com AWS, Anthropic e outras gigantes
A Amazon Web Services (AWS) anunciou o lançamento de um marketplace de agentes de IA em parceria com a Anthropic. A nova plataforma permite que startups comercializem seus agentes diretamente para clientes da AWS, reunindo em um só lugar busca, instalação e compra de soluções autônomas.
Esse movimento marca um passo decisivo na construção da chamada “economia dos agentes”, onde diferentes tipos de agentes inteligentes — de atendimento a automação de processos — são disponibilizados como produtos prontos para uso.
Mas a AWS não está sozinha. Google Cloud, Microsoft, Salesforce e ServiceNow também lançaram suas próprias lojas de agentes, sinalizando uma corrida para dominar esse novo mercado de soluções baseadas em IA.
A criação desses marketplaces aponta para um futuro em que será possível contratar força de trabalho digital sob demanda — e também monetizar agentes desenvolvidos internamente. As empresas que souberem criar, integrar e vender soluções de IA poderão ganhar escala rapidamente. Além disso, alianças estratégicas com provedores de nuvem e plataformas de distribuição devem se tornar diferenciais importantes nesse novo ecossistema.
Google aposta em capacitação em IA e reforça a urgência da requalificação profissional
Com o programa “AI Works for America”, o Google mostra que a capacitação em inteligência artificial se tornou uma prioridade global. O projeto oferece treinamento em IA, aprendizado de máquina (machine learning) e ética digital para trabalhadores e pequenas empresas, com foco na preparação para um mercado cada vez mais automatizado.
De acordo com o Fórum Econômico Mundial, 75% das empresas devem adotar IA até 2027. Além disso, a demanda por habilidades relacionadas à tecnologia cresceu mais de 300% no último ano.
Requalificar profissionais para o uso de IA deixou de ser uma vantagem competitiva e passou a ser uma condição essencial de sobrevivência. Criar academias internas, promover trilhas de aprendizado e integrar a IA no cotidiano das equipes são caminhos viáveis e urgentes. O desenvolvimento de uma cultura de aprendizagem contínua será chave para o sucesso de qualquer organização diante da automação acelerada.
Agentes autônomos ganham espaço no setor financeiro com Goldman Sachs e Nubank
O setor financeiro está entre os primeiros a escalar o uso prático de agentes autônomos. O Goldman Sachs, por exemplo, integrou à sua equipe o agente Devin, criado pela startup Cognition, para atuar como engenheiro de software.
Antes disso, o mesmo agente foi testado no Nubank, com resultados surpreendentes: entregas 12 vezes mais rápidas e redução de custos em até 20 vezes em projetos de migração de dados.
Agentes de IA já conseguem assumir tarefas como codificação repetitiva, análise de grandes bases de dados e integração de sistemas. Isso libera tempo para que os humanos foquem em atividades mais estratégicas. No entanto, essa automação precisa vir acompanhada de governança robusta, validação técnica e estratégias de integração com equipes humanas, para garantir resultados sustentáveis.
Estudo do MIT alerta para efeitos colaterais do uso excessivo de IA
Apesar dos benefícios em produtividade, pesquisadores do MIT identificaram que o uso intenso de ferramentas como o ChatGPT pode causar efeitos cognitivos adversos. Entre eles estão a queda na retenção de conteúdo, o menor engajamento mental e a diluição da autoria em textos gerados com IA.
Esse fenômeno foi chamado de “dívida cognitiva” — uma espécie de enfraquecimento das habilidades humanas à medida que dependemos demais de assistentes automáticos para pensar, escrever e decidir.
Empresas que adotam IA no dia a dia precisam investir não apenas em tecnologia, mas em formação crítica: ensinar pessoas a revisar, editar e complementar o que as máquinas produzem. O uso equilibrado da inteligência artificial deve preservar o que os humanos ainda fazem melhor — criatividade, julgamento e discernimento.
Prepare sua equipe para os próximos passos da inteligência artificial
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