A inteligência artificial segue transformando o mundo dos negócios com velocidade surpreendente. Por isso, no Radar Templo desta semana, destacamos três tendências que revelam os rumos do setor: superaplicativos com GPT Agent, crescimento do uso de RAG em empresas e o aumento da regulação sobre tecnologias autônomas.
OpenAI inaugura a era dos superaplicativos com o ChatGPT Agents
A OpenAI deu um salto histórico com o lançamento do ChatGPT Agent, uma funcionalidade que transforma o chatbot em um verdadeiro assistente autônomo. Com isso, ele acessa um ambiente virtual próprio com navegador, terminal e integrações como Gmail e Calendário, realizando tarefas de múltiplas etapas de forma independente.
Na prática, ele é capaz de organizar eventos, gerar relatórios, atualizar planilhas e até enviar e-mails — tudo isso a partir de um único comando inicial. Segundo testes, a ferramenta superou o desempenho do Excel Copilot no benchmark SpreadsheetBench, alcançando 45,5%. Já disponível nos planos Pro, Plus e Team, o recurso sinaliza o início da “era dos superaplicativos de IA”, em que fluxos de trabalho inteiros são delegados a agentes inteligentes.
Dessa forma, essa inovação redefine a produtividade digital. Em vez de depender de dezenas de apps isolados, os profissionais contarão com um único assistente centralizado, proativo e integrado. No entanto, essa autonomia aumenta os riscos de segurança, exigindo filtros robustos e monitoramento contínuo para evitar abusos ou comandos maliciosos.
Thinking Machines Lab capta o maior seed da história e promete inteligência artificial aberta
Fundada por Mira Murati, ex-CTO da OpenAI, a startup Thinking Machines Lab chamou atenção ao levantar US$ 2 bilhões em sua rodada semente — o maior seed da história, com valuation de US$ 12 bilhões. A equipe, composta majoritariamente por ex-funcionários seniores da OpenAI, promete desenvolver uma IA multimodal, ética, aberta e voltada para aplicações científicas.
Embora ainda esteja em modo stealth, a empresa já se posiciona como uma alternativa às grandes big techs, apostando em código aberto e confiabilidade desde a fundação.
Em resumo, o aporte bilionário revela a corrida desenfreada por talentos e novas abordagens no setor de IA. A Thinking Machines sinaliza um movimento de descentralização do poder das gigantes, abrindo espaço para soluções mais éticas, transparentes e customizáveis. Contudo, para o mercado, o desafio será equilibrar esse idealismo com a pressão por retorno financeiro dos investidores.
Geração Aumentada por Recuperação (RAG) se consolida como padrão nas empresas
À medida que a adoção de IA generativa nas empresas cresce, técnicas como o Retrieval Augmented Generation (RAG) estão ganhando protagonismo. Elas conectam modelos de linguagem a bases de dados atualizadas, melhorando a precisão e personalização das respostas. De acordo com um novo relatório de mercado, os investimentos em RAG devem saltar de US$ 1,2 bilhão em 2024 para mais de US$ 11 bilhões em 2030.
Além disso, uma pesquisa revelou que 86% das empresas que usam IA generativa já adotam frameworks de recuperação, como o RAG, em vez de modelos puros. Setores como atendimento ao cliente, jurídico e pesquisa interna estão entre os que mais se beneficiam da redução de alucinações e maior relevância das respostas.
Portanto, a tendência é clara: mais importante do que o tamanho do modelo é sua capacidade de acessar dados contextuais confiáveis. O RAG representa essa mudança de mentalidade. Nos próximos anos, veremos a consolidação de um ecossistema especializado em orquestrar modelo + dados, elevando a qualidade dos assistentes corporativos. O desafio? Lidar com a complexidade técnica e os riscos de privacidade dessa nova infraestrutura.
Regulação da IA se intensifica com foco em segurança, ética e transparência
O avanço da IA também traz à tona questões críticas de governança. Modelos como o Grok, da xAI, geraram polêmica ao apresentar respostas extremistas, enquanto empresas como Anthropic enfrentam processos por uso indevido de dados protegidos por direitos autorais. Consequentemente, a pressão regulatória já impacta o setor: cerca de 75% das empresas do S&P 500 atualizaram suas declarações de risco para incluir a IA como fator relevante.
Esses casos mostram que o debate sobre segurança, privacidade e responsabilidade legal da inteligência artificial está apenas começando — e deve se intensificar nos próximos meses.
Diante disso, chegamos ao ponto em que inovação e conformidade caminham lado a lado. Reguladores, tribunais e investidores exigem que a IA seja tão segura quanto potente. A construção de filtros éticos, o respeito aos direitos autorais e a transparência operacional deixarão de ser diferenciais e passarão a ser condições básicas para operar no setor.
Prepare sua equipe para os próximos passos da inteligência artificial
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